terça-feira, 26 de maio de 2015

Para quem foi a cruz?

Texto Base: “E, quando saíam, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem constrangeram a levar a sua cruz.” (Mateus 27.32).

Simão de Cirene foi de acordo com os evangelhos sinópticos um homem que foi obrigado pelos soldados romanos a carregar a cruz de Jesus Cristo até ao Gólgota, o local onde Jesus foi crucificado.

Esse versículo nos mostra para quem a cruz foi designada: ”um cireneu”. Na versão NVI lemos de ”um homem de Cirene, chamado Simão”. Cada pessoa deveria considerar a salvação em Cristo algo tão particular para sua vida como seu próprio nome.

Em Marcos 15.21 lemos de ”Simão cireneu... pai de Alexandre e de Rufo’’. A cruz deve estar na família. Segundo a tradição após Simão ajudar Jesus carregar a cruz, este volta para Cirene e conta o acontecimento para a sua família.

Lucas 23.26 fala de ”um cireneu, chamado Simão, que vinha do campo”. O pecado trouxe sofrimento a toda a terra (Gn 3.14,17-19). O primeiro assassinato foi no campo [Gn 14.8]. Todos nós somos filhos dessa terra e, por isso, do pecado. Mas através da cruz nos tornamos filhos de Deus e um dia seremos buscados ao seu reino eterno.

Mateus 27.32 relata que “obrigaram (Simão) a carregar-lhe a cruz”. De certa forma, a cruz é obrigatória, pois, sem a salvação através de Jesus Cristo, permanecemos na perdição (At 16.30-32).

Marcos 15.21 diz, ainda que obrigaram o cireneu ”que passava”. Todos nós estamos nessa vida de passagem. Mas de repente Deus nos confronta com a cruz do Gólgota. Tudo dependerá, então, se paramos para aceita-lo pela fé.

REFERÊNCIAS:

Bíblia Sagrada: NVI (Nova Versão Internacional) [traduzida pela comissão da Sociedade Bíblica Internacional]. São Paulo: Editora Vida, 2000.

LIETH, Norbert. Uma vez ao dia ... 366 meditações / organizador, Norbert Lieth; autores, Burkhard Vetsch ... [et al.]; tradução, Arthur Reinke. – Porto Alegre: Actual, 2010.

STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD.

WIKIPÉDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Sim%C3%A3o_de_Cirene>. Acesso em: 25 maio de 2015.

domingo, 24 de maio de 2015

Resumo da lição 08: O PODER DE JESUS SOBRE A NATUREZA E OS DEMÔNIOS

Texto Base: Lucas 8.22-25,35-39

INTRODUÇÃO
Durante seu ministério, Jesus mostrou o seu poder sobre a doença, a morte, a natureza e os demônios. Enquanto Moisés passou o mar em seco (Ex 14.22), Jesus andou sobre as águas (João 6.19); enquanto Eliseu fez com que vinte pães satisfizessem cem homens (2Rs 4.42-44), Jesus, partindo poucos pães, por duas oportunidades, saciou a milhares de homens, fora mulheres e crianças (Mt 14.14-21, Mc 6.34-44, Lc 9.11-17, João 6.3-14; Mt 15.32-38: Mc 8.1-9). Jesus a todos superou, a ponto de Seus discípulos, em um destes milagres, ter exclamado: “…quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? ” (Mc 4.41).

I. JESUS E AS FORÇAS SOBRENATURAIS

1. PODER SOBRE A NATUREZA. O Novo Testamento narra vários episódios que pregam o poder de Jesus sobre a natureza. Um desses episódios encontra-se em Lucas 8.22-25. Mas, baseado em Mt 14.22-33 quero fazer algumas perguntas:

Você já viveu a experiência de passar por uma tempestade, orar e só ouvir o silêncio de Deus? Você já passou por vales escuros e teve a sensação de que, quanto mais orava, mais as coisas se agravavam? Você já teve a sensação de clamar a Deus com todas as forças da sua alma sem obter resposta alguma? Creio que muitos passaram e estão passando por essa tensão em sua vida. Contudo, o silêncio de Deus não significa distância nem indiferença. Ele não deixa de velar por nós e de nos cercar com o seu cuidado quando está em silêncio. Creia, muitas vezes o silêncio de Deus é pedagógico. Sempre que ele fica em silêncio é porque nos quer ensinar verdades sublimes.

Jesus não estava indiferente ao clamor dos discípulos no mar da Galileia. Ele estava no monte orando por eles. Hoje, Jesus está à destra do Pai intercedendo por nós. Mesmo quando não ouvimos a sua voz, ele está intercedendo em nosso favor junto ao Pai.

Lembre-se: Jesus é maior do que os nossos problemas. Aquilo que é maior do que as nossas forças e nos mete medo, está literal e completamente debaixo dos pés de Jesus. Ele tem toda a autoridade e todo o poder no céu e na Terra. Quem está com Cristo está do lado mais forte, do lado do vencedor. Se Deus é por nós, quem será contra nós?

2. PODER SOBRE OS DEMÔNIOS. Além do seu domínio sobre a natureza, Jesus tem poder sobre toda a sua criatura, inclusive sobre os demônios. Estes tremiam de pavor quando Jesus chegava. Veja o caso do endemoninhado gadareno (Lc 8.22-33). Logo que Jesus desembarcou em Gadara, o homem possesso correu cheio de medo, e prostrou-se aos seus pés para adorá-lo (Lc 8.28). Os demônios sabiam quem era Jesus; sabiam que Jesus é o Filho do Deus Altíssimo, que tem todo poder para atormentar os demônios e mandá-los para o abismo. Os demônios creem na divindade de Cristo, na sua total autoridade. Eles creem nas penalidades eternas – “.... Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo? ” (Mt 8.29).

Jesus libertou o homem gadareno da escravidão dos demônios (Lc 8.6-15). Jesus se manifestou para destruir as obras do diabo (1 João 3.8). Até os demônios estão debaixo da sua autoridade. Mediante a autoridade da palavra de Jesus, a legião de demônios bateu em retirada e o homem escravizado ficou livre (Lc 8.33). Cristo é o atormentador dos demônios e o libertador dos homens. Aonde Ele chega, os demônios tremem e os cativos são libertos. Satanás tentou matar Jesus na tempestade quando estava indo em direção a Gadara, e agora tenta impedi-lo de entrar na região de Gadara. Mas em vez de intimidar-se com a legião de demônios, Jesus é quem espalha terror no exército demoníaco, porque Ele tem poder sobre os demônios.

II. JESUS E A REALIDADE DOS DEMÔNIOS

1. UMA REALIDADE BÍBLICA. A realidade dos demônios é ensinada no Novo Testamento. Só no Evangelho de Lucas encontramos dezenas de textos mostrando esta verdade (Lc 4.41; 6.18; 8.26-39; 9.42). Mas, os liberais, os céticos e incrédulos negam a existência e ação dos demônios. Para eles, o diabo é uma figura lendária e mitológica. Negar a existência e ação do diabo é cair nas malhas do mais ardiloso satanismo. Apesar da pura realidade bíblica sobre os demônios não se deve fazer apologia dos seus hábitos. HÁ SEGMENTOS CHAMADOS EVANGÉLICOS QUE FALAM MAIS NO DIABO DO QUE ANUNCIAM JESUS; pregam mais sobre exorcismo do que arrependimento; vivem caçando demônios, neurotizados pelo chamado movimento de batalha espiritual. Isso não deve acontecer numa igreja que se diz cristã.

2. UMA REALIDADE EXPERIMENTAL. Na Palestina do primeiro século, bem como nestes últimos dias de dominação gentílica, a presença de pessoas oprimidas ou possuídas por demônios era e é uma realidade cotidiana. Lucas diz que Jesus libertou muitas pessoas de espíritos demoníacos (Lc 8.26-39; 9.37-43). Descrevo aqui, com mais detalhes, sobre o poder maligno que estava na vida de um jovem, narrado por Lucas (Lc 9.37-43). A casta de demônios fazia esse jovem ranger os dentes, convulsionava-o e lançava-o no fogo e na água, para matá-lo. Os sintomas desse jovem apontam para uma epilepsia, mas não era um caso comum de epilepsia, pois além de estar sofrendo dessa desordem convulsiva, era também um surdo-mudo. O espírito imundo que estava nele o havia privado de falar e ouvir.

A possessão demoníaca é uma realidade dramática que tem afligido muitas pessoas ainda hoje. Os ataques àquele jovem eram tão frequentes e fortes que o menino não crescia, mas ia definhando.

O Diabo não poupa nem mesmo as crianças. Aquele jovem vivia dominado por uma casta de demônios desde a sua infância (Mc 9.21). Há uma orquestração do inferno para atingir as crianças. Se Satanás investe desde cedo na vida das crianças, não deveríamos nós, com muito mais fervor investir na salvação delas? Se as crianças podem ser cheias de demônios, não poderiam ser também cheias do Espírito de Deus?

É válido ainda salientar que o poder demoníaco que estava sobre esse jovem agia com requinte de crueldade – “... o despedaça até espumar; e só o larga depois de o ter quebrantado” (Lc 9.39). Esse jovem era filho único (Lc 9.38). Ao atacar esse rapaz, o diabo estava destruindo os sonhos de uma família. Onde os demônios agem, há sinais de desespero. Onde eles atacam, a morte mostra sua carranca. Onde eles não são confrontados, a invasão do mal desconhece limites. Isso não é mito, é uma triste realidade.

III. JESUS E A OBRA DOS DEMÔNIOS

1. JESUS E A OPOSIÇÃO DOS DEMÔNIOS. O caso da libertação do endemoninhado de Gadara é um dos muitos relatos que mostra como os demônios se manifestam em oposição a obra de Jesus: “Quem tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço que não me atormentes” (Lc 8.28). As Escrituras Sagradas ensinam quais as obras principais de Satanás e seus demônios: “Matar, roubar e destruir”(João 10.10).

Veja a seguir, uma visão clara sobre o que Satanás pode fazer com as pessoas. Tomemos como base a situação degradante do endemoninhado gadareno:

a) Ele domina as pessoas, através da possessão (Mc 5.2,9). O gadareno estava possuído por espíritos imundos. Havia uma legião de demônios dentro dele - “E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo, o qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender”.

(1) uma pessoa possessa tem dentro de si uma entidade maligna (5.2,9). Esse homem não estava no controle de si mesmo. Suas palavras e suas atitudes eram determinadas pelos espíritos imundos que estavam dentro dele. Ele era um cavalo dos demônios, um joguete nas mãos de espíritos assassinos.

(2) uma pessoa possessa manifesta uma força sobre-humana (Mc 5.3,4) - “o qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender. Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões, em migalhas, e ninguém o podia amansar”. As pessoas não podiam detê-lo nem as cadeias subjugá-lo. A força destruidora com que despedaçava as correntes não procedia dele, mas dos espíritos malignos que nele moravam.

(3) uma pessoa possessa tem frequentes acessos de raiva (Mt 8.28) - “...tão ferozes eram, que ninguém podia passar por aquele caminho”. O evangelista Mateus, narrando esse episódio, diz que os endemoninhados estavam a tal ponto furiosos, que ninguém podia passar por aquele caminho.

(4) uma pessoa possessa perde o amor próprio (Mc 5.3,5) -o qual tinha a sua morada nos sepulcros. E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes e pelos sepulcros e ferindo-se com pedras”. Esse homem andava nu e feria-se com pedras. Em vez de proteger-se, feria-se a si mesmo. Ele era o seu próprio inimigo. O ser maligno que estava dentro dele empurrou-o para as cavernas da morte. A legião de demônios que estava nele tirou dele o pudor e queria destruí-lo e matá-lo. O diabo veio para roubar, matar e destruir. Ele é ladrão e assassino. Há muitas pessoas que hoje ceifam a própria vida, quando esses espíritos imundos entram nelas. Foi assim com Judas, Satanás entrou nele e o levou ao suicídio.

a) Satanás arrasta as pessoas para a impureza (5.2,3a). Gadara era uma terra gentílica, onde as pessoas lidavam com animais imundos. O espírito que estava naquele homem era um espírito imundo. Por isso, levou esse homem para um lugar impuro - o cemitério -, para viver no meio dos sepulcros.

Os espíritos malignos levam as pessoas a se envolverem com tudo o que é imundo. Quem pratica o pecado é escravo do pecado. Há pessoas que hoje entram nos cemitérios e desenterram defuntos para fazerem despacho aos demônios. Isso é prática demoníaca.

A promiscuidade está atingindo patamares insuportáveis. A pornografia tornou-se uma indústria poderosa. A promiscuidade dos valores da geração contemporânea faz de Sodoma e Gomorra cidades muito puritanas.

b) Satanás torna as pessoas violentas (Mc 5.3,4) - “...e nem ainda com cadeias o podia alguém prender. Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões, em migalhas, e ninguém o podia amansar”.

O endemoninhado constituiu-se um problema para a família e para a sociedade. O amor familiar e a repressão da lei não puderam domesticar aquela fera indomável. Ele era como um animal selvagem. Resistia a qualquer tentativa de controle externo. Os seus familiares não o suportaram mais e o expulsaram.

Há seres humanos que se transformam em monstros malfeitores, em feras indomáveis. Nem o amor da família nem o rigor da lei têm abrandado a avalanche de crimes violentos em nossos dias: são terroristas que enchem o corpo de bomba e explodem espalhando morte. São os vândalos que incendeiam ônibus nas ruas. São pistoleiros de aluguel que derramam sangue por dinheiro. São traficantes que matam e morrem para alimentar o seu vício abominável.

c) Satanás atormenta as pessoas (Mc 5.5) - e andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes e pelos sepulcros e ferindo-se com pedras”.

O gadareno estava perturbado mentalmente. Ele andava sempre, de noite e de dia gritando por entre os sepulcros. Não havia descanso para sua mente nem para seu corpo. Além da perturbação mental, ele golpeava-se com pedras. Vivia nu e ensanguentado, correndo pelos montes escarpados. Seu corpo emagrecido refletia o estado deprimente a que um ser humano pode chegar quando está sob o domínio de Satanás.

Há muitas pessoas hoje atormentadas, inquietas e desassossegadas, vivendo nas regiões sombrias da morte, sem família, sem liberdade, sem dignidade, sem amor próprio, ferindo-se a si mesmas e espalhando terror aos outros.

2. JESUS E A LIBERTAÇÃO DE ENDEMONINHADOS. Jesus veio para destruir as obras do Diabo (1João 3:8). Ele veio para que as pessoas tenham vida, e a tenham em abundância (João 10:10). Veja o exemplo do gadareno.

a) Jesus libertou esse homem da escravidão dos demônios (Mc 5.6-15). Diante de Jesus, todo joelho precisa se dobrar; até os demônios estão debaixo da autoridade de Jesus. Mediante a autoridade da palavra de Jesus a legião de demônios bateu em retirado e o homem escravizado ficou livre. Aonde Jesus chega, os demônios tremem e os cativos são libertos.

b) Jesus devolveu a esse homem a dignidade da vida (Mc 5.15) - e foram ter com Jesus, e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram”.

Jesus restituiu a esse homem sua sanidade mental. Aonde Jesus chega, ele restaura a mente, o corpo, a alma. Esse homem não é mais violento. Ele não oferece mais nenhum perigo à família nem à sociedade. Não há outro poder que transforma além do poder de Jesus. Só Ele cura; só Ele restaura; só Ele salva. Ele continua transformando monstros em homens santos; escravos de Satanás em homens livres; abortos vivos da sociedade em vasos de honra. Glórias sejam dadas ao Seu santo nome!

CONCLUSÃO

Se por um lado existe o bem, por outro lado existe o mal. Os demônios e sua força destrutiva é uma realidade. Todavia, o cristão que é cheio do Espírito Santo, que está em contínua comunhão com Deus, está guardado e não há porque temer as forças do mal (Rm 8.38,39; Lc 10.18,19; Ef 6.10-18). Temos plena confiança que Deus está no controle de tudo, e que Satanás não agirá sem a devida permissão de Deus. Creia nisso!


REFERÊNCIAS:

Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal. CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Comentário Bíblico Popular (Novo Testamento) - William Macdonald.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD
Comentário Lucas – à Luz do Novo Testamento Grego. A.T. ROBERTSON. CPAD
Guia do Leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards. CPAD.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. CPAD.
LOPES, Hernandes Dias. MARCOS – O Evangelho dos Milagres. HAGNOS.
MCGEE, John Vernon. Através da Bíblia – Lucas. RTM.
MORRIS, Leon L. Lucas (Introdução e Comentário). VIDA NOVA.
Revista Ensinador Cristão – nº 62. CPAD.
www. http://luloure.blogspot.com.br/