terça-feira, 22 de maio de 2012

LIÇÃO 9: LAODICEIA, UMA IGREJA MORNA


Data: 27 de Maio de 2012

TEXTO ÁUREO


Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas(Mt 6.33).

VERDADE PRÁTICA


A igreja que não busca os interesses do Reino de Deus está fadada ao fracasso, ao esquecimento e à indigência espiritual.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


APOCALIPSE 3.14-22.

14 - E ao anjo da igreja que está em Laodiceia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus.
15 - Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente!
16 - Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
17 - Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu),
18 - aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para que vejas.
19 - Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te.
20 - Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo.
21 - Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono.
22 - Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.

INTRODUÇÃO

Palavra Chave

Morno: Desprovido de calor, de efervescência, de vida; monótono, aborrecido.
Laodicéia possui a triste distinção de ser a única Igreja com relação à qual o Cristo ressuscitado não pode dizer nada bom.

No mundo antigo havia seis cidades que se chamavam Laodicéia, e a que se menciona no Apocalipse era, para distingui-la das outras, Laodicéia sobre o Licus. Tinha sido fundada cerca do 250 a.C. por Antíoco da Síria, e o nome da cidade era o de seu esposa, Laodicéia. A importância de Laodicéia radicava exclusivamente em sua localização. O caminho que unia Éfeso com Síria era o mais importante de todos os que percorriam a Ásia Menor. Este caminho bordejava a costa, saindo de Éfeso, mas logo se via obrigado a subir até a meseta central, que tinha quase 2.500 m de altura. Fazia-o indo pelo vale do rio Meandro, até chegar ao que conhecemos como As Portas da Frígia. Mais além dessas "portas" encontrava o vale largo onde coincidiam as fronteiras da Frígia, Lídia e Caria. O caminho que subia até esse vale desde o Meandro era de montanha, rochoso e com precipícios de um lado e do outro. As margens do Meandro, desde esse vale, eram intransitáveis, pois as águas se precipitavam por uma garganta rochosa, muito profunda, esculpida pela erosão nas montanhas.

COMENTÁRIO


I. “...Ao anjo da Igreja”. (v.14). O leitor deve observar que em todas as igrejas, a mensagem inicia-se com a expressão: “...ao anjo da igreja”, e concomitantemente, já estamos familiarizados com esses seres denominados de “anjos” (mensageiros), que no contexto divino são chamados de “estrelas” (cf. 1.20; 2.1, 8, 12, 18; 3.1, 7, 14). Podemos deduzir daquilo que é depreendido, de (Cl 4.12, 13), onde lemos: “Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servos de Cristo, combatendo sempre por vós em oração, para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda a vontade de Deus. Pois eu lhe dou testemunho de que tem grande zelo por vós, e pelos que estão em Laodicéia...”. Que Epafras, tenha sido pastor nesta igreja, é bem evidente, mas, não podemos afirmar que trinta anos depois, o mesmo ainda se encontrava ali.

1. LAODICÉIA. O nome significa “Laodice” (em alusão a Laodice esposa de Antíoco II). Outros, porém, vêm nessa palavra grega o significado de “poko”, “juízo”, ou “costume”. Situação Geográfica: Laodicéia era uma cidade da província romana da Ásia Menor. A cidade recebeu este nome em alusão à esposa de Antíoco II (Theos), que tinha o nome de Laodice. “Já que Laodice era nome feminino, nos tempos do Novo Testamento, seis cidades receberam tal nome, no período helenista. Por essa razão, a Laodicéia do presente texto, era chamada de “Laodicéia do Lico”, isto é, conforme asseverava Estrabão; 578”, in loc. O trecho de Colossenses 4.13-16 mostra-nos que, nos tempos de Paulo (talvez em 64 d. C.), Laodicéia já contava com uma igreja organizada e próspera.

2. Isto diz o Amém. Como já ficou demonstrado em comentário anterior a este, o Senhor Jesus, quando se apresenta a cada igreja, primeira faz uma pequena introdução, depois prossegue. A palavra “Amém” veio sem tradução do hebraico para o grego e do grego para o português. Seu significa original traz a idéia de cuidar ou de edificar. O sentido derivado, que chegou até nós, traz a idéia de alguma coisa que é afirmada, ou confirmada positivamente; este é o seu sentido original. O termo é aplicado aqui à pessoa de Cristo, por ser Ele o sim de Deus em todas as promessas (cf. 2 Co 1.19-20). Neste livro do Apocalipse, o termo “Amém” envolve quatro usos distintos:

(a) O “amém” inicial, em que as palavras de quem fala são tomadas como palavras daquele que profere o “amém” (cf. Ap 5.14; 7.12; 19.4 e 22.20). Nas páginas do Antigo Testamento há instâncias desse uso em 1Rs 1.26; Jr 11.5 e 28.6, e ss.

(b) O “Amém” isolado, em que qualquer sentença suplementar fora eliminado. Talvez isso é o que se tem em Ap 5.14, ver ainda tal uso, igualmente, em Dt 27.15, 26 e Ne 5.13, e ss.

(c) O “Amém” final, proferido pelo próprio orador (ver Ap 1.6, 7) isso também se acha no Antigo Testamento, somente nas quatro divisões dos salmos, nos subtítulos, em Sl 41.14; 72.19; 78.52 e 106.48, e ss.

(d) O “Amém” personificado, isto é, Cristo (Ap 3.14), que talvez siga o mesmo, segundo se diz, fraseado de (Is 65.16), “o Deus do Amém” ou “o Deus da Verdade”, conforme algumas traduções traduzem aquela passagem de Isaías.

I. “...nem és frio nem quente”. (V.15). “Somos informados que Laodicéia não tinha suprimento de água própria, mas que tinha de ser servida por um aqueduto. Nesse caso, a água chegava morna. Os laodicenses se assemelhavam à sua água. O simbolismo fala sobre a indiferença “religiosa”, sobre a superficialidade, sobre a falta de resolução” (cf. Hb 8.5 e 9.23).

1. Três coisas marcantes devem ser analisadas na carta a igreja de Laodicéia:

(a) O “tu és” da mornidão; (b) O “dizes” da autocomplacência (a igreja não tinha paixão nem emoção) e (c) O “és” da condenação infalível e terrível do Senhor. O Apóstolo Paulo, escrevendo aos colossenses cerca de 32 anos atrás, disse: “quero se saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos que estão em Laodicéia...” Cl 2.1a. Ele observou que o quente ali estava ficando “morno”. Cerca de trinta e dois anos mais tarde, isso se concretizou. A mensagem à igreja de Laodicéia é a última às sete igrejas da Ásia Menor. Das sete cartas, é a mais triste, sendo o contrário da carta a Filadélfia. Enquanto Filadélfia não tem coisa alguma de censura, esta não tem qualquer coisa de aprovação. Laodicéia era totalmente desagradável ao Senhor, e isso não por causa de seus pecados (tais como os repreendidos em Pérgamo e Tiatira), mas por causa da sua apatia, seu indiferentismo. Deus quer que seus filhos sejam “fervorosos no espírito” (cf. Rm 12.11).

I. “...és morno”. (V.16). Em toda a extensão da Bíblia, a palavra “morno” é usada somente aqui. Três temperaturas são mencionadas neste versículo: “Frio”, “Quente” e “Morno”. Mas intermediária foi considerado por Jesus Cristo a pior de todas elas, pois expressa apatia espiritual”. Jesus predisse a primeira em (Mt 24.12); Paulo falou da terceira em (Rm 12.11), ver ainda (Sl 41.1 e At 18.25).

1. Vomitar-te-ei da minha boca. O estado de mornidão na criatura que aceita a Cristo e não o segue com sinceridade, é muito triste sob vários aspectos: (a) Fica “coxeando entre dois pensamentos...” (1Rs 18.21), à semelhança da “onda do mar”. Ver Tg 1.6; (b) “O seu coração está dividido...”. Ver Os 10.2a; (c) Ele serve ao Senhor: “...porém não com o coração inteiro”. Ver 2 Cr 25.2b; (d) “É um bolo que não foi virado”. Ver Os 7.8b. São eles, em nossos dias, os que querem servir a Deus e as riquezas (Mt 6.24), e por cuja razão ficam pendurados “entre o céu e a terra” como Absalão, o jovem ambicioso (cf. 2Sm 18.9). O resultado é ouvir do Senhor: “Vomitar-te-ei da minha boca”. O termo “vomitar” no grego é “emeo”, significa também “cuspir”. Desse termo é que deriva o vocábulo moderno: “emético”, um agente que causa vômito”. O organismo humano, não suporta substância morna; o Filho de Deus também não suportará crentes rotulados; só os que forem fiéis (cf. Hb 6.4-8). Laodicéia em suma representa a igreja “morna” que Jesus “vomitará” no dia do arrebatamento. (Como contexto demonstrativo: Mt 25.10-12).

I. “...Rico sou”. (V.17). O poder absoluto corrompe! Isto pode ser analisado tanto no campo secular como espiritual. Há criaturas que não se deixam mais admoestar; e vão a perdição (cf. Ec 4.13). A experiência do servo de Deus deve está aquém da direção divina, pois sem ela jamais atingiremos o alvo (ver. Jr 9.1-14). O pastor de Laodicéia dizia consigo mesmo (à semelhança do fariseu): “Rico sou” (Cf. Lc 18.11 e Ap 3.17).

1. Estou enriquecido. O orgulho cegou-lhe os olhos da alma. Isso serve de advertência para todos: o orgulho é pecado (Pv 21.4); mas dificilmente existe algo mais importante para o indivíduo carnal. Consideremos os pontos seguintes: (a) O orgulho é odioso para Cristo. Pv 8.13; (b) Origina-se na justiça própria. Lc 18.11; (c) Deriva da inexperiência espiritual. 1Tm 3.6; (d) Contamina o homem. Mt 7.20, 22; (e) Endurece a mente. Dn 5.20; (f) Impede a inquirição espiritual. Sl 10.4; (g) É uma das grandes características do diabo. 1 Tm 3.6, e também dos ímpios. Rm 1.30; (h) Impede o aprimoramento espiritual. Pv 26.12; (i) Os orgulhosos eventualmente serão humilhados por Deus. Is 2.12; (j) O orgulho espiritual, segundo Paulo tornar-se-á muito comum nos últimos dias (2Tm 3.2). O anjo dessa igreja, tinha todas essas características em grua supremo.

I. “...unjas os teus olhos”. (V.18). Transcrevemos aqui a oração feita por um justo para que Deus guardasse seus olhos da cegueira espiritual: “Põe colírio nos meus olhos, Senhor (Ap 3.18). Eles são maus; e porque são maus, expõem-me o corpo a trevas mui perigosas (Mt 6.23). Ajuda-me, ó Deus puro e santo, a erguê-los para Cristo Jesus, autor e consumador da fé (Hb 12.2); a pô-los na brancura virginal dos lírios (Mt 6.28); a elevá-los para os montes e depois olhar para o alto donde vem socorro (Sl 121.1). Não quero apenas ouvir-te a voz, Senhor, mas verte-te (Jó 42.5). E como te verei com estes olhos? Aponta-me o Siloé (Jo 9.7), em cujas águas possa remover o lodo restaurador dos meus olhos enfermos. Porque hei de prender, apavorado, meus olhos às forças desta vida, se, fitando o Senhor, possa caminhar sobre ondas revoltas sem perigo de naufragar (Mt 14.29). Que consolo há em saber que os teus olhos repousam sobre os justos (1 Pd 3.12)”. Se o pastor de Laodicéia tivesse feito essa oração, há muito que se teria arrependido. É sabido, segundo alguns historiadores que, em Laodicéia havia uma Escola de Medicina que fabricava um pó oftálmico. Mas a “terra Frigia” (cinza da Frigia?) não curava a cegueira espiritual da Igreja.

I. “...arrepende-te”. (V.19). Deus exorta através de Jesus “a todos os homens, e em todo o lugar que se arrependam; Porquanto tem determinado um dia que com justiça há de julgar o mundo...” (At 17.30a). Sobre o “arrependimento”, o Novo Testamento usa o termo grego “metanoia” por sessenta vezes. Essa palavra tem diversos significados e diversas aplicações, sendo, porém, seu sentido primário: “uma mudança de parecer ou pensamento” para com o pecado e para com a vontade de Deus. O “arrependimento” é o primeiro aspecto da experiência inicial da salvação experimentada pelo crente, experiência essa que é chamada de conversão. A conversão autêntica é uma parte essencial e a prova da regeneração. A regeneração é a obra de Deus no íntimo e a conversão é a exteriorização, da salvação, por parte do homem, através do arrependimento e da fé. Pedleton dar a idéia de que a palavra: “arrependimento” e a tradução que tem, no Novo Testamento, abrange também o sentido primário de “reflexão posterior”, e, com sentido secundário, “mudança de pensamento”. No presente versículo a exortação de Cristo, não é dirigida àqueles que estão sem salvação, mas aos que professam segui-lo, e são tidos como pertencentes a Ele. Jesus não lhes diz “arrepende-te e sê zeloso. E sim “sê”, pois, zeloso e arrepende-te”. Isto porque até diante de si próprios passavam por se terem arrependidos.

1. Eu repreendo e castigo. (Contexto reflexivo). “A aplicação da disciplina pode ser em forma de advertência pessoal (Mt 18.15); visitação acompanhada (1Co 4.19-21); advertência pública (1Tm 5.20); comunicação escrita (2Co 7.8-10); exortação pessoal (Gl 6.1); suspensão (2Ts 3.14, 15; Tt 3.10); exclusão do rol de membros. Mt 12.17b”.

I. “...Eis que estou a porta, e bato”. (V.20). A porta à qual Cristo bate é a porta da vida do indivíduo, da igreja, ou da comunidade.

1. “A famosa pintura de HOLMAN HUNT, em que Cristo aparece diante da porta, a bate, não mostra a maçaneta do lado de fora. Quando Sir Noel Paton pintou o famoso quadro representando o Rei coroado de espinho batendo à porta, foi censurado por que se esquecera de incluir a maçaneta na porta. Mas o célebre pintou de propósito omitira a maçaneta. É que só pode ser aberta pelo lado de dentro. Um homem conhecido na cidade, levou, certa feita, seu filho pequeno, para ver esse quadro. O menino ficou ali pensando, por alguns momentos, e então perguntou: “Porque não abrem a porta?”. O pai respondeu que não podiam ouvi-lo batendo. O menino considerou a resposta por uns momentos mas não ficou satisfeito com a mesma. “Não”, disse o garoto? “é que estão ocupados no quartinho dos fundos, fazendo outras coisas, e nem sabem que Jesus está batendo à porta”. Nesta resposta há grande discernimento! Os crentes de Laodicéia viviam atarefados com seu comércio, com seus banquetes sociais, com suas riquezas introspectivas, e nem se quer ouviram Jesus bater e falar. O bater de Cristo, na vida, se verifica de muitas maneiras: no testemunho tranqüilo da oração, no sermão do pregador, na lição da escola dominical, na leitura da Palavra de Deus, mediante alguns tragédia, enfermidade, mediante abalo, mediante a razão, mediante a vitória, mediante a perda, mediante a alegria, mediante a felicidade, mediante a dor, mediante a morte – a última e contundente maneira de Deus falar! (cf. Hb 1.1).

I. “...no meu trono”. (V.21). Até escritores pagãos e helenistas focalizaram essa idéia em seus escritos. O livro de I Enoque conta com certo número de referências similares a esta em foco. O Eleito, o Messias, assentar-se-á em seu trono de Glória no porvir. Isso também pode ser comparado aos trechos de (Cl 3.1; Hb 1.8; ver: Fl 2.9-11: Cristo está entronizado). E nas passagens de (Mt 19.28; 25.31 e Lc 22.29) vê-se que Cristo será entronizado por sua “Parousia” ou segunda vinda. As Escrituras nos dão entender que, presentemente, Jesus não se encontra assentado no seu trono. Passagens como (Ap 3.21 e 12.5), reafirmam essa tese: “...seu filho (Jesus) foi arrebatado para Deus e para o seu trono”. Por isso, essa promessa de Jesus, é escatológica: “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono (de Jesus); assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono (de Deus)”. O trono de Cristo é o trono de seu Pai, Davi, durante o Milênio, em Jerusalém, Ele ocupará este trono. (2 Sm 7.12, 13; Lc 1.32; At 15.14-18). Cristo não está atualmente nesse trono, mas à destra, segundo se diz, do Pai,no trono no céu, como o Grande Sumo Sacerdote de nossa confissão (cf. Mc 16.19; Hb 4.14).

I. “Quem tem ouvidos, ouça”. (V.22). (O final). Pela última vez, no Apocalipse, temos, juntas, estas onze palavras: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”. “O ouvir dos meus ouvidos...é ouvir meditação a voz de Deus. (Cf. Jó 42.5 e Sl 85.8)”. Por cuja razão, nosso Senhor diz: “Vede pois como ouvis...” (Lc 8.18a).

1. “Às igrejas. A palavra “igreja” (gr. Ekklesia) nasceu pela primeira vez dos lábios de nosso Senhor Jesus Cristo (Mt 16.18 e 18.17, duas vezes). Nesse sentido ocorre por 119 vezes no Novo Testamento (só três vezes nos Evangelhos: Mt 16.18 e 18.17). Nessas 119 vezes em que o termo aparece, 109 vezes, surge no texto bíblico como igreja local, e encontramos cerca de 10 vezes no Novo Testamento a palavra Igreja com o sentido Universal. “Nestes primeiros capítulos (isto é, 1, 2 e 3) do Apocalipse encontramos a palavra “igreja” (singular) ou “igrejas” (plural) 19 vezes (cf. 1.11, 20; 2.1, 7, 8, 11, 12, 17, 18, 23, 29; 3.1, 6, 7, 13, 14, 22, etc), mas agora, no presente versículo, ela desaparece, e só reaparecerá, no capítulo 22.16. Durante o tempo da Grande Tribulação, a Igreja não estará na terra e, sim, com Cristo na recâmara celestial (cf. Ct 2.17; Ap 3.10).

CONCLUSÃO

A última carta é à Laodicéia, que não recebe nenhum elogio. As condições desfavoráveis desta igreja eram de mornidão: os membros não eram nem frios nem quentes (v. 15). A pessoa morna não se perturba muito quando ouve ensinamentos heréticos, e não é vigorosa na defesa da verdade. Este espírito de indiferença é a coisa mais trágica que pode acontecer a urna igreja. O final desta carta é diferente da conclusão das outras seis pelo fato de fazer uma aplicação individual: se alguém ouvir a muna voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, etc. (v. 20).

Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Água fervente ou fria tem utilidade. Contudo, a quem fortaleceria ou refrescaria água morna? Nessa passagem, ela está sendo oferecida a Cristo, pois ele a degusta em sua boca (v. 16). Ela o repugna. Ele é hóspede em Laodicéia e, com a maior tranquilidade, os anfitriões servem-lhe água morna. Servem-no com seu serviço lerdo, com seus cultos sonolentos, com orações de ladainhas e com seu cuidado pastoral negligente. Conheço, diz o Senhor diante dessa atividade. Obviamente ele o sabe, pois ele tem de experimentá-lo. Toda a mornidão na comunidade, toda atitude lerda e desligada, também diante das pessoas, fere a ele. O que é feito a um de seus mais humildes irmãos, é praticado contra ele.

Não somente Cristo, também Satanás conhece a maré espiritual baixa da comunidade (cf. o comentário a Ap 3.1). Por isso ele os deixa integralmente em paz. Por isso não se informa nada sobre tentação e perseguição, negação, apostasia ou abalos. Tudo está intacto e tudo se realiza. O quadro de membros não dá razão para preocupações. Sim, os membros mornos consideram o Senhor Jesus Cristo tão inócuo, que nem sequer se desligam.

Quem dera fosses frio ou quente! Essa exclamação denota uma avaliação definida. O grau mais alto é ―quente, p. ex., nos termos de Rm 12.11: ―sede fervorosos de espírito. Depois segue-se na escala de valores a rejeição clara e fria. No nível mais baixo, porém, está a mornidão. É nele que se abafa de modo suave, mas determinado, o ardor e rugir do Espírito, evitando-se de toda forma ser um adversário. Normalmente, esse caminho intermediário entre os extremos é considerado o ―equilíbrio áureo. Contudo, o cristão ―nem a favor nem contra na verdade não se encontra no meio, mas sim em queda livre, no ponto mais baixo da escala de valores.

Entre a acusação e a palavra de ameaça normalmente encontra-se o chamado ao arrependimento. Na presente missiva, porém, precipita-se uma ira tão incandescida sobre a situação da comunidade que a ameaça é acrescentada no mesmo fôlego. Isso não significa que não seja mais possível o arrependimento, pois mais adiante segue-se o convite para ele. Antes significa que diante da igreja amornada não se apresenta nenhum Senhor morno. Seu ardor é esperança para todos os mornos.

REFERÊNCIAS: 

BARCLAY, William, THE REVELATION OF JOHN.

MOODY, COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY.

POHL, Adolf, COMENTÁRIO ESPERANÇA, APOCALIPSE DE JOÃO.

SILVA, Severino Pedro da, APOCALIPSE VERSÍCULO POR VERSÍCULO.

domingo, 20 de maio de 2012

O MAIOR AMOR



“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (JOÃO 3.16).


OBSERVE 12 VERDADES CONTIDAS NESTE VERSÍCULO:


Porque Deus amou – O maior Amante.

O mundo – A maior comunidade.

De tal maneira – O maior grau.

Que deu – A maior ação.

O Seu Filho Unigênito – O maior dom.

Para que todo aquele que – A maior oportunidade.

nEle – A maior atração.

Crê – A maior sinceridade.

Não pereça – A maior promessa.

10ª Mas – A maior diferença.

11ª Tenha – A maior segurança.
 
12ª A Vida Eterna – A maior posse. 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

LIÇÃO 8: FILADÉLFIA, A IGREJA DO AMOR PERFEITO


Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

2º Trimestre de 2012

Título: As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja

Comentarista: Claudionor de Andrade

Data: 20 de Maio de 2012

TEXTO ÁUREO

“Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele” (1 Jo 2.5).

VERDADE PRÁTICA

Amar não é suficiente. É urgente que o nosso amor seja perfeito como perfeito é o amor com que Deus nos amou.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

APOCALIPSE 3.7-13.

7 - E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre:
8 - Eu sei as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome.
9 - Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás (aos que se dizem judeus e não são, mas mentem), eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo.
10 - Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra.
11 - Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.
12 - A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome.
13 - Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.

INTRODUÇÃO

Palavra Chave
Filadélfia: Amor fraternal; amor entre irmãos.

Filadélfia era a mais jovem das sete cidades. Tinha sido fundada por colonos provenientes de Pérgamo sob o reinado de Átalo II (entre os anos 159 e 138 a.C).
Philadelphos, significa, em idioma grego, "aquele que ama a seu irmão". Tal era o amor de Átalo por seu irmão Eumenes que tinha o apelido "o philadelphos", e é lembrando esta circunstância que a cidade de Filadélfia recebeu este nome.

Filadélfia foi edificada com um propósito especial. Estava localizada no lugar onde limitam Mísia, Lídia e Frígia. Era uma cidade de fronteira. Mas não se teve a intenção de fazer dela uma cidade militar, porque havia muito pouco perigo nesse sentido. A idéia era convertê-la em missionária da cultura e do idioma grego entre os habitantes da Frígia e Lídia. Tão bem desempenhou Filadélfia sua missão, que lá pelo ano 19 os lídios já tinham esquecido sua própria língua, tendo adotado completamente a cultura e o idioma dos gregos.

Sir W. M. Ramsay diz com relação a Filadélfia, que era "o centro da difusão da língua e das letras gregas numa região pacífica, mediante modos pacíficos de penetração". É a isto que se refere o Cristo ressuscitado quando menciona a porta aberta que está diante de Filadélfia. Fazia três séculos os cidadãos dessa cidade tinham encontrado uma porta aberta para expandir a cultura grega na região circunvizinha; agora lhes tinha chegado a oportunidade de cumprir outra grande missão: a de levar a seres humanos que ainda não a conheciam a grande mensagem do amor de Jesus Cristo.
Até os dias de hoje esta cidade asiática tem um grupo de cristãos. Embora tão digna, esta igreja, não obstante, estava para conhecer um período de provação.

COMENTÁRIO

I. “...Ao anjo da igreja”. (v.7) Nada se sabe de certo sobre a biografia desse “anjo” (pastor), a não ser aquilo que é depreendido do texto em foco. Pelos textos e contextos que seguem a vida de Paulo, podíamos pensar num dos companheiros deste Apóstolo (Silas?): A posição geográfica não ajuda nesta interpretação; porém, na posição geográfica concentrada, favorece ao “amado Gaio”: terá sido ele? (2 Jo v.1, 7, 8).

1. FILADÉLFIA. O nome significa “amor fraternal”, estando aqui neste apelativo o sétimo e último uso desse termo, no Novo Testamento (cf. Rm 14.10; 1Ts 4.9; Hb 13.1, 22 e 2Pd 1.7: sete último por duas vezes). Situação Geográfica: Filadélfia era uma cidade da província romana da Ásia Menor. Em 150 a.C. Atilo II, Filadelfo fundou, no vale Cógamo, no sopé do Monte Tmolo, mas ou menos 122 quilômetros de Esmirna, a cidade de Filadélfia (amor fraternal) em homenagem a seu irmão Eumênes II, que o precedeu no trono, afim de assinalar a grande amizade que os ligava”. Há um fato notável sobre essa igreja, até em sua posição geográfica: observemos no ponto seguinte:

2. A estrada, que de Éfeso ia para leste, tinha uma concorrente, aquela que, vindo do porto de Esmirna, passava por Filadélfia, e, através da Frigia, dirigia-se para o grande planalto Central. Filadélfia, se observarmos bem, ficava na rota da estrada do correio imperial que vinha de Roma e atravessava o porto de Trôade, seguindo para Pérgamo, Sardes, Antioquia (capital da Psídia), depois de atravessar outras regiões, essa via alcançava a Antioquia (capital da Síria), e finalmente, costeando, alcançava Jerusalém. Eis uma das razoes porque o Senhor disse: “Eis que diante de ti pus uma porta aberta” (v. 8). Em todas as carta dirigidas as sete igreja da Ásia Menor, o Senhor faz uma pequena apresentação de SI mesmo e depois fala. Na igreja de Filadélfia Ele se apresenta como “O Santo”. O Filho de Deus se identifica assim com a natureza do Pai, que é Santo no sentido tríplice: (Cf. Is 6.3). A seguir, vem aquele que é “verdadeiro” (2Cr 15.3; Jó 17.31); Depois, vem o Filho que é “Fiel e Verdadeiro” (Ap 19.11). “Ele tem a chave de Davi”, “que abre” (presente) “e ninguém fecha” (futuro) “e fecha” (presente) “e ninguém abre”. Agora verbo presente, ao invés do futuro, para expressar a certeza da irrevogabilidade: “E ninguém abre”. Ninguém mesmo!”.

I. “...Uma porta aberta”. (v.8) Literalmente falando, “a porta aberta diante” da igreja de Filadélfia, aponto para sua posição geográfica na rota que ligava Jerusalém a capital do império, Roma. Profeticamente, porém refere-se à era missionária da Igreja, que começou nos fins do século XVIII e que chega até nossos próprios dias. “John Gil, escreveu pouco antes do começo dessa era, considerando a sua própria época como era da igreja de Sardes. Predisse ele que a era da igreja de Filadélfia seria uma espécie de reino espiritual de Cristo, com a renovação do amor e do evangelismo. Por isso, conjeturou ele: “Essa porta aberta talvez ofereça uma oportunidade incomum para a pregação do evangelho; uma grande liberdade de seus pregadores e grande atenção por parte dos ouvintes, cujos corações serão abertos para observar, receber e abraçar ao evangelho; além de grande colheita de almas para Cristo e suas igrejas”. O poder espiritual que essa igreja, era fraco, em comparação com Pentecoste. O Senhor, entretanto, em nada os condenou. Mostrou,porém, que o segredo de guardar a sua palavra, era o amor: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra...” (Jo 14.23).

1. “Todos os viajantes vindos de Roma e todos os de Esmirna que se dirigiam ao coração da Ásia Menor Apocalíptica passavam em Filadélfia. A passagem quase obrigatória desses viajantes por Filadélfia representava, para a igreja, uma “porta aberta diante de SI”, para evangelização e testemunho. Por ela, podiam ser alcançados até viajantes de longínquas regiões e cidades...”.

I. “...Sinagoga de Satanás”. (v.9) A presente expressão, ocorre aqui e em (2.9): nas igrejas de Esmirna e Filadélfia respectivamente. E basta confrontar essas igrejas a luz do contexto e verificar que, são as únicas no Apocalipse que não receberam: repreensão do Senhor Jesus.

1. O vocábulo “sinagoga” só ocorre uma vez no AT (Sl 74.8 LXX), onde aparece como tradução de “mô’~edh”. No Novo Testamento o termo grego “synagog~e” é usado cerca de cinqüenta e seis vezes. Porém, sempre com sentido literal (Lc 4.16, 20, 28, 33; 7.5 e 8). No livro de Atos dos Apóstolos há muitas referências ali sobre “sinagogas”. As sinagogas tiveram sua origem durante o cativeiro de Israel no império babilônico. Pensa-se que nos dias de Jesus na terra havia mais de 500 sinagogas em Jerusalém. Nas igrejas de Esmirna e Filadélfia, os gnósticos tinham fundado duas sinagogas. No dizer dos tais gnósticos estas sinagogas eram o “lugar” do auge, de todo o saber (deles). Diante dos olhos divinos, elas foram e são classificadas: “de sinagogas de Satanás” (2.9 e 3.9). “Os chefes gnósticos, segundo se diz, degradavam a pessoa de Cristo e sua missão ; negavam também a possibilidade da encarnação do Verbo, Jesus, o filho eterno (fc. Jo 1.14); negavam a expiação pelo sangue de Cristo; tinham ainda um ponto de vista deísta relativamente a Deus; negavam o verdadeiro destino humano, ou seja, a participação final na natureza do Verbo (1 Jo 2.23). João, diz que, tais elementos são seguidores do Anticristo e, acrescenta: “qualquer” que negue o Filho ou a encarnação do Verbo, é mentiroso. Neste versículo, pelo menos, o termo usado em sentido lato e indefinido. “Qualquer” que negue a doutrina da encarnação do Verbo (humanidade) de Cristo tem a atitude do Anticristo. Os gnósticos, que se tinham deixado levar pela escravidão de Satanás, resolveram abandonar suas casas – e fundarem duas sinagogas na Ásia Menor: Uma Esmirna, e outra em Filadélfia.

I. “...a hora da tentação”. (v.10) A referência neste versículo sobre a “hora da tentação”, é um termo técnico para descrever o período sombrio da Grande Tribulação, que de um certo modo envolverá todo o mundo, e, na sua fase final, terá como alvo a cidade de Jerusalém e a terra Santa. As palavras: “eu te guardarei da hora da tentação” indicam que a Igreja não passará pela Grande Tribulação que perdurará sete anos. A Igreja desaparecerá silenciosamente antes, mediante o arrebatamento (1Ts 4.13-17). Depois, a Grande Tribulação virá, para “tentar” os que habitam na terra. Este “por à prova” é também traduzido por “experimentar” e por “tentar”; este último, como sinônimo de experimentar, pois “Ninguém, ao ser tentado, diga: Suo tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e ele mesmo a ninguém tenta”. Parece-nos mais aceitável o “por à prova”, porque a Tribulação virá não só como castigo especificamente, mas também para, através dele, levar os homens a tomar decisões espirituais (cf. Ap 11.13b). E todos, não resta a menor dúvida, se decidirão por Cristo ou pelo Anticristo, que sem dúvida, dominará o mundo dos ímpios. No texto em foco, foi prometida isenção da prova especial, a qual significa livramento da Grande Tribulação. A palavra (“da”) significa “para fora de” e em si traz a idéia de ser guardado da tribulação (não meramente conservado através dela, como alguns asseveram).

I. “...para que ninguém tome a tua coroa”. (v.11) Segundo os Anais da História grega, na Grécia antiga, em Olímpia, no Peloponeso, de quatro em quatro anos, se realizavam os jogos olímpicos desde o ano 776 a.C. Aos vencedores se outorgava uma coroa – a coroa da vitória – formada de folhas de louro entrelaçadas. Paulo se serve frequentemente de figuras dessas competições, principalmente quando escrevendo a Timóteo, que, por ser filho de pai grego (At 16.1) e de conhecer a Grécia (At 17.15; 18.5) devia estar familiarizado com elas. Em (2Tm 2.5), lemos: “...se alguém milita, não é coroado se não militar legitimamente”. E ainda em (2Tm 4.7 e 8), diz: “Combati o bom combate, acabei a careira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”. Esta é uma mensagem de encorajamento e consolação aos fiéis, mas (também) é uma palavra de advertência aos hesitantes, aos quais é dito que se tornem constantes, e sempre abundantes na obra do Senhor que se tornem constantes, e sempre abundantes na obra do Senhor (cf. 1Co 15.58).

I. “...Coluna no Templo do meu Deus”. (v.12) A Igreja do Senhor, já na presente era é a “Coluna e firmeza da verdade” (cf. 1Tm 3.15b), e o que ela representa na atualidade, será, sem dúvida alguma na eternidade. As duas colunas do Templo de Salomão postas no pórtico eram chamadas Jaquim, que significa “Ele estabelecerá”, e Boás, que significa “Nele há força”. As colunas são usadas como emblemas de força e durabilidade. “...Eis que te ponho hoje por cidade forte, e por coluna de ferro...” (cf. Jr 1.18). Claro está que “coluna no templo” é também uma figura de linguagem. Quando uma cidade sofre terremoto e cai, geralmente ficam em pé colunas de edifícios, porque a técnica de construção e os alicerces dessas colunas são reforçados. Filadélfia constatara isso várias vezes após terremotos sofridos. Daí a figura de expressão, aqui usada. Em realidade significa que os crentes de Filadélfia (e a Igreja Universal) haveriam de estar sempre na presença de Deus, pois Deus mesmo é o Templo da Jerusalém Celeste (cf. Ap 21.22).

1. O nome do meu Deus. Isso acontecerá para nos dar o direito de ser pronunciado ao mesmo tempo: “nosso Pai e nosso Deus”, pois nunca jamais durante sua missão terrena, Jesus é o Filho de Deus por Natureza; nós o somos por adoção (cf. Jo 1.12; Gl 4.5-7). Eis a razão da distinção feita por Jesus, em (Jo 20.17): “Meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”.

I. “...Quem tem ouvidos, ouça”. (v.13) A expressão da voz está no singular, mas a advertência para “todas” as igrejas (cf, 2.7, 11, 17, 29; 3.6, 13, e 22). Só não ouvem a “voz” divina os endurecidos (Hb 3.7); os tardios de coração. (Ver Is 6.10); os de olhos fechados (Rm 11.8), etc. Notemos que é o “...Espírito...” quem nos conclama a ouvir. A mensagem divina; as promessas são divinas; as advertências são divinas. Portanto, o imperativo é divino. “O Espírito Santo continua falando a todos os ouvidos abertos e a todos os corações bem dispostos, em todas essas admiráveis e solenes mensagens. Estaremos ouvindo, realmente?”. Lembremos da tão amável e solene mensagem do Mestre: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!” (Mt 13.43). Esses são os ouvidos espirituais. Aquele que afirma possuir qualquer “receptividade” espiritual, deve exercer tal capacidade, dando ouvidos às promessas e advertências dessas cartas, passando a agir de acordo com as mesmas, não desviando seus ouvidos da verdade (ver. 2Tm 4.4), etc.


CONCLUSÃO

(...) eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar. A igreja sofria sob as tentativas de isolamento por parte dos judeus, que declaravam que ela não tinha acesso a Deus e combatiam o seu caráter de povo de Deus, a saber, que verdadeiramente fossem judeus (v. 9). Contudo o Senhor lhe declara de antemão a sua confiança. Como grande tesoureiro, ele lhe assegura acesso atual e futuro a todos os bens da salvação.
Via de regra também uma porta aberta para a missão fará parte dos tesouros de Cristo. Em última análise, não se consegue romper o sítio da desconfiança, do preconceito e do ódio por meio da habilidade ou amabilidade dos cristãos, mas isso constitui uma dádiva de Cristo. Contudo, o trecho em análise não contém nenhuma menção da missão aos gentios. E também o oráculo do vencedor refere-se ao acesso à cidade de Deus, não ao mundo gentílico. Será que a igreja realmente se encontra no amor e na eleição de Deus? É esse o ponto em questão.

Como poderá apresentar-se uma igreja eleita? Tens pouca força (―uma força pequena). ―Não temas, ó vermezinho de Jacó, povozinho de Israel, ouvimos também em Is 41.14, numa passagem que certamente era conhecida dos judeus, mas que precisava ser dita a eles de forma nova. A partir dessa referência, prolonga-se pelo NT a idéia da pequena comunidade. Fala-se do ―pequeno rebanho (Lc 12.32), da ―menor de todas as sementes (Mt 13.32), da ―fé como um grão de mostarda (Mt 17.20); e em Mateus encontram-se as designações dos discípulos como sendo ―pequenos ou ―humildes (Mt 10.42; 18.6,10,14; 25.40,45). Essas constatações são repetidamente combinadas, como em Is 41.14 e aqui, com uma declaração especial de proteção.

Acaso a igreja em Filadélfia era pequena em número ou no aspecto financeiro? Ou será que a intenção é recordar a pouca formação e a origem nos segmentos inferiores da sociedade (1Co 1.26)? Tudo isso pode estar na raiz da afirmação, porém a ênfase cai sobre as poucas possibilidades de ação: ―Não tens influência! Dessa irrelevância no plano imanente concluía-se, da parte dos judeus, para a relação com Deus. Uma dedução falsa, corrigida pela primeira parte do versículo. Teria sido muito compreensível se a igreja em Filadélfia tivesse afirmado: ―O mundo é grande, e nós somos pequenos. Por isso não trará nenhuma diferença o que fizermos ou deixarmos de fazer. A igreja, porém, foi fiel: entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome. É preciso comparar Ap 2.13 com o presente elogio. Lá foi vencida a prova contra o ―trono de Satanás, aqui contra a ―sinagoga de Satanás (v. 9). Os judeus haviam submetido os cristãos à pressão para renegarem a Jesus. É conhecido por nome um judeu (a saber, Paulo), que forçou cristãos a amaldiçoarem Jesus. Ele próprio o relatou: ―Eu os obrigava a blasfemar (At 26.11).

REFERÊNCIAS: 

BARCLAY, William, THE REVELATION OF JOHN.

MOODY, COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY.

POHL, Adolf, COMENTÁRIO ESPERANÇA, APOCALIPSE DE JOÃO.

SILVA, Severino Pedro da, APOCALIPSE VERSÍCULO POR VERSÍCULO.